domingo, 21 de fevereiro de 2010

...


Acabei agora mesmo de ver as imagens impressionantes da ilha da Madeira.

Fiquei arrepiada com tanta desgraça, senti uma enorme frustração por não poder ajudar.

Ainda há menos de dois meses tive o prazer de conhecer a ilha, vim de lá apaixonada com tanta beleza e agora ver os sítios por onde passei, a aflição das pessoas, a dor...tudo me pesa no coração.

Hoje as minhas orações vão para lá, juntamente com o meu silêncio e a esperança por dias melhores...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Desabafo


Quando alguém incompetente, sem formação e mal educado coloca em causa o nosso trabalho o que fazemos?


a) Partimos-lhe a boca;

b) Mandamos pastar(e outras coisas mais);

c)Ignoramos;

d)...


Aceitam-se outras hipóteses, mas aviso desde já que estou com sede de sangue...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ser livre...


"Ser livre ...
é poder
dum momento
para o outro
fazer a mala
e partir...
.
Não importa para onde
nem se há regresso.
Partir!!!E é tudo!!!
.
Ser mulher
Sem filhos
nem ninguém
a impedir que o faça.
.
Sim, ser livre é tudo isso,
e tudo isso
é desgraça!"

Fernando Cardoso

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Happy birthday, Bono!





"Conheço-te" há pouco tempo, mas o bom das amizades é que não importa a quantidade de dias, mas sim a qualidade. Não tenho jeito para poemas nem textos com grandes filosofias, mas deixo-te o meu sincero desejo de que sejas muito feliz...
Muitos parabéns, Bono!

Beijokas imensas

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Finalmente...


Finalmente uns dias para descansar...ufa!!!

Não é que queira ver os meus meninos pelas costas, mas estou a precisar dormir mais umas horitas para descansar de tanta reunião e passar algum tempo a ver a relva crescer ou simplesmente observar as sombras na calçada :O)

Por isso, vou até ali à minha camita sonhar com algum príncipe encantado, que os que tenho visto mais parecem sapos, rsrsrs...menos um que vi hoje mas isso vou deixar para outro dia que já estou cansadinha...

No entretanto, deixo-vos um beijão do tamanho do mundo e até breve.
Se vierem ao Carnaval da Figueira vou andar por lá a passear com a minha peruca vermelha,hehehe...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Partilhando momentos mágicos...


Na minha turma tenho meninos de várias etnias. Uma delas é a cigana!

Tenho quatro meninos desta etnia, dois dos quais são crianças que foram retirados aos pais e que se encontram num centro de acolhimento. Os outros dois fazem uma vida perfeitamente normal, como é de esperar.

Destes dois, há um deles, o Paulo, que desde o início sempre se revelou como uma criança triste e distante.

Na minha sala a base de tudo são os afectos. As crianças sabem que se sentirem necessidade de um beijinho, de um abraço que as conforte, basta virem ao pé de mim, nem precisam pedir.

Às vezes acontecem até situações engraçadas. Há um menino ou menina que se lembra de vir ao pé de mim e dar-me um abraço e logo vêm mais dois ou três atrás. Não há por lá falta de carinho. Há deles até que às vezes tenho que chamar a atenção, que a professora não pode passar o tempo todo com eles pendurados ao pescoço ;O) e que têm que ir trabalhar. Tudo isto faz parte das nossas vivências do dia-a-dia.

Mas com o Paulo nunca foi assim. Mesmo quando à hora da entrada para a sala eu vou ao recinto onde brincam e os chamo para irem para dentro, todos eles correm para mim e fazem uma "saia" enorme de meninos à volta da minha cintura, o Paulo é o único menino que sempre se manteve afastado, não revelando à vontade para o fazer e eu também nunca lhe disse nada. Não querendo forçar nada...

Hoje à tarde, na sala de aula, estava eu virada de costas e ouvi atrás de mim:

-Professora!- virei-me e de repente senti um corpinho frágil coladinho ao meu apertando-me num abraço enorme...era o Paulo!

Na sala houve de repente um silêncio enorme...todos ficaram surpreendidos com a atitude dele...

Eu absolutamente sem palavras retribuí o abraço...

Ainda há momentos mágicos...
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Beijinhos a todos e um excelente fim de semana!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

"Tinha tantas saudades..."


"Professora, tinha tantas saudades tuas!"

Foi com esta frase que fui recebida hoje lá na escolinha depois de três dias de cama a tentar superar mais uma enxaqueca. Bolas, que aquilo dói mesmo :O(

Mas só de me lembrar dos abraços e dos beijinhos que recebi hoje, tudo é pequeno comparado com tanto carinho.
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Queridos, voltei para ficar...
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Beijinhos e já sabem, façam o favor de ser felizes.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O meu principezinho


Aqui há dias fui convidada para participar num piquenique.

Engraçado como pequenas coisas nos levam tão lá atrás no passado.

Lembrei-me dos meus 15/16 anos, ainda a viver no Alentejo. Nos verões abrasadores em que fugíamos para o Ardila, um dos muitos afluentes do Guadiana, para matar o calor.

Éramos mais de 20, todos juntos, em plena brincadeira e grande amizade. Uma paródia, uma risota pegada que só parava quando ao entardecer, ainda quente, mas mais sereno, nos separávamos para nos voltarmos a encontrar algumas horas depois.

Naquele tempo era assim que passávamos os nossos verões...ao na mata da piscina em jogos de cartas entre piadas e gargalhadas, ou então a fazer mais de 10 kms sob o Sol tórrido de uma tarde de Verão em baixo de mais de 40 graus, apenas com a vontade de tomar um banho nas águas frias de um pequeno rio.

Tenho saudades daqueles tempos, tenho saudades dos meus amigos de infância. Alguns não os vejo há mais de 20 anos ( bora fazer as contas para descobrir a minha idade...), outros, voltei a reencontrar há pouco tempo.

Lembro-me do Toninho, o meu princípe loiro de olhos azuis...

Sempre fomos amigos inseparáveis, e quando ele terminava um namoro era no meu ombro que ele se vinha aninhar para curar as feridas, mal sabia ele que eu só o permitia porque o que sentia por ele era mais que amizade, era um amor incondicional...

Lembro-me quando ele decidiu casar com aquela professora de história, fui a primeira a saber, não o condenei...sabia quais os verdadeiros motivos. Aquele casamento era o seu passaporte para sair dali, para procurar o seu pai. Sempre tinha sido o sonho dele, encontrar o seu pai...

Encontrei-o anos mais tarde em Setúbal, quando por lá estudei. Nem queria acreditar que era ele. Reconheci-o logo de imediato, os anos pareciam não ter passado por ele. Trocámos números, fizemos promessas de nos voltarmos a encontrar, mas tudo ficou por ali mesmo...

Hoje lembro-me do meu amigo Toninho, António Mestre de seu nome, uma criança no meio do Alentejo que teve que aprender a viver sem um pai que nunca o quis...

Hoje senti saudades de o ter perto de mim, e contar-lhe aquelas coisas que só se contam a um amigo que se ama incondicionalmente...

Hoje sinto-me assim...